Requalificação do Hotel Campo Grande confirma visão defendida pela CDL em 2019

O renascimento do Hotel Campo Grande como empreendimento da rede Slaviero marca a vitória da responsabilidade sobre a improvisação, da visão estratégica sobre a retórica fácil, e da dignidade sobre o populismo urbano. A CDL Campo Grande coloca-se como aliada nesta nova fase do Centro da Capital, um espaço que não precisa ser romantizado como “o que era antes”, mas reconhecido pelo que pode se tornar: um lugar digno para viver, visitar e investir.

Relembrar o debate de 2019 é, para nós, um exercício de coerência. À época, fomos duramente criticados por sermos contrários ao projeto que previa a transformação do antigo hotel em moradia popular. Não porque não acreditamos em moradia no Centro, acreditamos e defendemos. Mas porque a proposta apresentada ignorava o essencial: a dignidade das famílias que ali viveriam. Como permitir que dezenas de famílias de baixa renda fossem transferidas para um prédio antigo, sem infraestrutura adequada, sem áreas de lazer, sem previsão de manutenção, e com risco real de se tornar um espaço segregado dentro da própria cidade?

Não é digno adaptar, às pressas, um hotel em desuso para uso habitacional, sem respeitar as diferenças entre uma estrutura hoteleira e a complexidade da vida familiar cotidiana. A nossa crítica nunca foi à classe social dos moradores, mas sim à precariedade da solução. Dizer o contrário é distorcer um debate sério e necessário.

Hoje, com o investimento de R$ 50 milhões no mesmo edifício, vemos o que sempre defendemos: que o Centro precisa de projetos estruturados, com planejamento urbano, impacto positivo na economia e geração de empregos. O novo Hotel Campo Grande vai gerar 200 postos de trabalho, movimentar o comércio local, atrair turistas, impulsionar serviços e devolver autoestima a uma região que por muito tempo foi esquecida. É um projeto com viabilidade econômica, social e urbana e, por isso mesmo, é um divisor de águas.

“A transformação do antigo hotel em um novo empreendimento de qualidade mostra o que sempre defendemos: o Centro pode e deve ser revitalizado com responsabilidade e visão de futuro. Não se trata de ser contra a moradia, mas a favor da dignidade. Hoje temos um projeto que gera emprego, respeita a cidade e devolve vida à região”, afirma Adelaido Vila, presidente da CDL Campo Grande.

Entendemos que essa transformação é simbólica. Ela mostra que o Centro não precisa ser disputado entre comércio e moradia. Ele pode e deve ser os dois, desde que com planejamento, investimento e respeito à função social do espaço urbano.

A Capital que queremos construir precisa romper com os extremos. Nem abandono, nem soluções improvisadas. É possível ter um Centro com moradia de qualidade, com comércio forte, com turismo ativo, com segurança, cultura e mobilidade. E para isso, é essencial reunir quem gera renda, quem empreende, quem mora e quem planeja a cidade em um projeto comum.