“A minha vida, ao longo dos últimos 50 anos, sempre foi uma pauta constante”, afirma o jornalista Fausto Brites, diretor e editor geral do Zero Um Informa, ao falar do seu meio século de profissão ininterrupta, iniciada aos 17 anos de idade no jornal diário Correio do Estado, de Campo Grande. No dia 15 de janeiro de 1975 ele escreveu seu primeiro texto em uma redação e, desse então, não parou mais.
Na redação do jornal Correio do Estado, Fausto Brites em 1975
“De uma pequena máquina de escrever, da marca Remington, que usava como aprendiz de jornalismo, aos computadores de hoje, no auge dos meus bem vividos 66 anos, prestes a completar 67, posso dizer com orgulho e sem falsa modéstia que o meu bom Deus me proporcionou o privilégio de poder contar a história de um tempo e fazer parte da história”, afirma o decano jornalista.
Mas, como tudo começou? Fausto Brites conta que seu pai, o ferroviário Clementino Cáceres de Brites, costumava levar para casa, jornais e revistas, como a hoje extinta Cruzeiro, que alguns passageiros da linha Bauru (SP)- Campo Grande abandonavam no trem e seriam jogadas no lixo.
“O papai também não deixava de, todos os dias, comprar os jornais Correio do Estado e Diário da Serra. Isso era nos anos 1970, quando eu tinha meus 12 anos”. Diz que “devorava” os extos e, depois, ia “contar tudo que lia” para sua mãe, a dona de casa Ramona Mariuza.
“Eu ficava fascinado com aqueles textos, fossem das revistas,fossem dos jornais, e pensei que se tivesse oportunidade, seria jornalista”, diz. Essa oportunidade, segundo ele, surgiu quando leu um anúncio no jornal Correio do Estado abrindo teste para jovens interessados em trabalhar na redação. “Eu tinha 17 anos e era office-boy no escritório de contabilidade do meu irmão. Não pensei duas vezes: fui fazer o teste, fui aprovado e contratado. Aí minha jornada começou”.
Fausto Brites explica que iniciou na redação como repórter policial. Depois, passou por outras editorias como a de economia, cidades (geral), variedades, política e de reportagens especiais. Fez paralelamente incursões em programas de rádio. Ao longo da carreira foi chefe de redação em vários órgãos de imprensa e correspondente em revistas de circulação nacional.
Jornalista Faustro Brites e o hoje vic-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha,, ao ser homenageado na Assembleia Legislativa e Mto Grosso do Sul com a Mdalha de Mérito Jornalístico J. Barbosa Rodrigues, em 2028
Ao longo desses 50 anos, participou de várias campanhas eleitorais, inclusive coordenando equipes dos programas de rádio de candidatos. Foi assessor de imprensa nas áreas do Executivo estadual e municipal, bem como do Poder Legislativo de Mato Grosso do Sul sendo um dos responsáveis por levar ao ar a TV Assembleia (da Asembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). Recebeu homenagens, como na própria Assembleia Legsilativa com a Medalha de Mérito Jornalístico José Barbosa Rodrigues (instituída pelo projeto do então deputado estadual Maurício Picarelli), bem vomo como pela Câmara Municipal de Campo Grande (indicação do então vereador José Chadid).
Site Zero Um Informa
Há 12 anos criou o site Zero Um Informa com sua esposa, a artista plástica e jornalista Eli Morais de Brites, que é a diretora-executiva. Ele explica a escolha do nome: “Meu registro profissional no Estado é MTb 01/01/01, ou seja, 01, da página 01 e do livro 01”.
Jornalistas Fausto Brites e Eli Morais de Brites
Do impresso à internet
O jornalista Fausto Brites foi responsável pela implementação do Portal Correio do Estado. “Foi um convite da jornalista Ester Figueiredo, então diretora-presidente do grupo de comunicação, que incluía emissora de TV e emissoras de rádio. À época eu estava comandando a Editoria de Cidades do jornal e ela queria colocar no ar um portal de notícias”.
Para o jornalista, não houve dificuldades em deixar o jornal impresso para a internet, devido às suas características de comunicação. “Penso o seguinte: em tempos remotos, o que se utilizava para contar a história, registrar um acontecimento? As inscrições rupestres eram, digamos, o ‘jornal’ da época nas rochas. Evoluímos, temos as telas dos computadores, dos celulares. Mas o que não muda e não deve mudar: a responsabilidade em bem informar, de evidenciar a essência do jornalismo responsável”, finalizou.