Importante espaço para a disseminação da arte e cultura e agora modernizado, o Centro Cultural José Octavio Guizzo (CCJOG) reabre suas portas para a comunidade artística e cultural e para os cidadãos sul-mato-grossenses no dia 2 de abril. Fechado desde 2016 para reforma, a reabertura do prédio traz de volta o fomento cultural da Capital, especialmente no Teatro Aracy Balabanian, local muito requisitado pelos artistas para a realização de espetáculos.
Foram revitalizadas as fachadas do Centro Cultural e foram reformados todos os ambientes internos (recepção, Galeria Wega Nery, Galeria Ignês Correa, Sala de Ensaio Conceição Ferreira, Salas de Dança, Sala de Ensaios, Sala de Música, Ateliês de Arte, Salas do Administrativo, Copa e Banheiros), com pinturas, pisos e revestimentos, iluminação; manutenção na parte hidráulica e elétrica.
Integraram o novo projeto do espaço cultural, instalação de ar-condicionado, a ampliação dos camarins, implementação de teatro de bolso, adequação da Acústica, Cenotécnica e Sonorização do teatro, salas equipadas para artes e novo mobiliário.
Mas vale o destaque para as áreas de acessibilidade. “Foram adaptadas as poltronas do teatro Aracy Balabanian a portadores de necessidades especiais (PNE), agora tem poltronas para portadores de deficiência visual com cães guias com espaço para o cão, poltronas para obesos, camarins e banheiros PNE, além de vagas de estacionamento PNE”, explicou a coordenadora do CCJOG Luciana Kreutzer.
Agora o CCJOG disponibiliza também uma nova sala de ensaios equipada para teatro e dança, mas que atende especialmente as necessidades da área de dança com espelhos, barras e piso contra impacto.
Segundo a coordenadora do CCJOG, Luciana Kreutzer, fechado há quase 10 anos, o Centro Cultural José Octavio Guizzo e o Teatro Aracy Balabanian têm uma grande influência na continuidade da difusão cultural dos artistas independentes do Estado. “ Por ser um espaço democrático com localização central, ele torna as iniciativas de produções independentes muito mais viáveis. As cicatrizes deixadas por esse prolongado período de inatividade podem ser facilmente identificadas nas produções atuais como no aspecto da escolha de linguagens nas artes cênicas que por necessidade tenderam sempre para trabalhos de rua e/ou espaços alternativos. Considero que a reinauguração desse espaço significa um marco e nos devolve a liberdade de experimentação e incentivo de pesquisa para novas possibilidades de produções culturais, principalmente no que tange as artes cênicas que o espaço possibilita. E também proporciona a reaproximação dos artistas com o público, reconectando as ações de formação de plateia. Além do teatro a comunidade artística pode contar com outros espaços tão importantes, disponíveis com o objetivo de atender e incetivar a pesquisa, formação e desenvolvimentos de novas produções artísticas, como é o exemplo das salas de ensaio para teatro, dança, música, ateliê de artes e galerias de exposição de artes visuais”, destacou.
CCJOG
Localizado na Rua 26 de Agosto, o CCJOG é um espaço dedicado a geração, formação e difusão da cultura sul-mato-grossense. Em quase quatro décadas de funcionamento, o complexo arquitetônico possui aparato que possibilita a realização de oficinas de dança, música, teatro e artes plásticas, espetáculos, exposições, palestras, exibições de vídeos e eventos similares. É também um ponto de encontro artístico e de difusão cultural que aproxima o público da extensa produção em artes visuais, artes cênicas, cinema e música.
O Centro Cultural abriga salas com nomes de personalidades relacionadas à cultura como Teatro Aracy Balabanian, Sala de Convenções Rubens Corrêa, Sala de Ensaios Conceição Ferreira, Galerias de Exposições Wega Nery e Ignês Corrêa da Costa. Possui ainda Sala Central, Sala de Música e Ateliê de Artes.
José Octávio Guizzo foi advogado, historiador, estudioso do folclore, cineasta, estimulador de talentos, produtor cultural, músico, poeta e ex-presidente da Fundação de Cultura do Estado.
Aracy Balabanian é uma das maiores intérpretes vivas das artes cênicas, com personagens inesquecíveis em teatro e televisão.
Wega Nery Gomes Pinto nasceu em 1912 em Corumbá e faleceu em 2007 na cidade de Guarujá, em São Paulo. É a artista plástica de Mato Grosso do Sul de maior expressão, com obras em bienais e acervos de museus de todo o mundo. Foi também crítica de arte, poeta e professora.
Ignês Corrêa da Costa – Artista pioneira das artes plásticas mato-grossenses na década de 1930. Aluna de Portinari no Rio de Janeiro que foi por ele bastante influenciada em suas técnicas e temas retratados.
Conceição Ferreira é considerada uma das pioneiras de Mato Grosso do Sul no cenário cinematográfico e teatral. Interpretou suas personagens em diversos locais, de Lisboa a Bela Vista, fronteira com o Paraguai. Em Campo Grande atuou como atriz principal no filme “Alma do Brasil” (primeira produção cinematográfica do Estado).
Rubens Corrêa nasceu em Aquidauana e tornou-se ator e diretor da maior relevância no cenário nacional. Sua interpretação trouxe elementos peculiares aos princípios enunciados por Antonin Artaud, privilegiando personagens de alta densidade dramática, fora das convenções realistas ou das comédias ligeiras.