O médico veterinário Lucas Cazati, atuante na área de resgate de fauna selvagem, utilizou a Tribuna, na sessão desta quinta-feira (22), para falar sobre a febre maculosa. Segundo ele, as capivaras, comuns nas áreas públicas de Campo Grande, não devem ser apontadas como causadoras da doença.
“As pessoas, erroneamente, acreditam que a capivara é causadora dessa patologia. Ao contrário. Hoje, temos publicações que afirmam que a febre maculosa também vem oriunda não só da capivara, mas também de outros animais, como quatis e tamanduás”, explicou. “Matar é um ato criminoso que não vai favorecer a eliminação do vírus”, alertou.
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida por meio da picada de uma das espécies de carrapato. Ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.
“Temos que criar projetos para fazer o controle da natalidade desses animais. Existem projetos, principalmente vinculados à UFMS, para que a gente possa fazer o controle. Exterminar os animais, além de ser crime, vai corroborar com o aumento dessa doença. A capivara é um animal nômade. Se você retirar determinado grupo desse ambiente, virá outro atrás de alimentos”, continuou.
Em Mato Grosso do Sul, os índices de contaminação são baixos. No período de 2012 a 2022, foram notificados 55 casos de febre maculosa e seis foram confirmados. O último registro foi em 2018 e a vítima morreu.
“Discutimos o motivo de acontecer a febre maculosa. Mas, nos esquecemos que, hoje, temos uma nova ciência, que é denominada saúde única. São novos conceitos que temos a obrigação, como município, de implementar para que haja controle dessa doença que, infelizmente, vai acontecendo e é sazonal”, completou o especialista, que esteve na Câmara a convite do